Deslocamentos-estáticos


21 de Dezembro de 2021

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Fotografia Maltchique
Assistente de fotografia Gustavo Barros
Styling Victor Borges
Beleza Paula Kadija
Entrevista Arthur Zambone
Retouch Victor Wagner
Entrevistada Bruna Di

origem-estática. futuro-infinitamente-móvel. de um lugar para o outro, deslocamos as nossas histórias para novas narrativas. somos criadores de deslocamentos: físicos, mentais, imaginários, reais & irreais. conversamos com Bruna Di, modelo, de 21 anos, brasileira que está recentemente na Coreia criando-e-deslocando seus próprios e novos movimentos.






arthur zambone: vamos começar falando da sua origem e de onde você está agora: o que você leva do lugar que nasceu para o seu trabalho?


bruna di: bem, é... eu levo a humildade. porque era tudo muito simples, mas não faltava amor na minha casa. minha família reunida, a gente se ajudava bastante. eu morava num lugar complicado, né? era violento. mas eu vi meus pais trabalhando, batalhando muito, pra não deixar as coisas faltarem em casa. principalmente educação e respeito: sempre.





hoje, eu sei do meu potencial.






por tudo que eu já passei, do quanto eu me dedico. sem precisar passar por cima de ninguém, nem fingir ser alguém ou algo que eu não sou, só pra agradar.





az: e o que a Coreia acrescenta em você?

bd: pelo pouco tempo que eu tô aqui, eu posso dizer que eu: admiro o modo de vida deles, né? é tudo muito corrido. eles trabalham com muita agilidade. e é difícil me comunicar pra saber um pouco mais, porém eu reparo no que eles estão fazendo e tento entender como é que eles se sentem.

az: recentemente, você desfilou para a Rokh. mas também já fez David Koma, Burberry e Miu Miu. como é trabalhar com essas marcas?

bd: trabalhar com eles é responsabilidade, né? mas é uma mistura de sentimentos. porque é uma correria. o backstage tá pegando fogo. e muita gente pra organizar e eu fico nervosa com medo de errar <risos> mas no final, eu me emociono sempre. porque são meses de preparação pra sair tudo perfeito.

az: e como foram as semanas de moda durante a pandemia?

bd: esse ano eu não estive na Europa pra fazer o FW. mas eu imagino que foi uma loucura porque tudo que já estava planejado, teve que mudar e o cuidado com as pessoas triplicou.

um desfile que durava cinco horas de trabalho, agora dura um dia inteiro. porque como é tudo gravado, agora, às vezes alguém erra ou querem mudar alguma coisa. a gente passa várias vezes pra sair perfeito, no final, no vídeo. e é estranho que não tem ninguém te assistindo <risos> naquela hora. eu fico menos nervosa, né? mas graças a tecnologia e a criatividade das pessoas, os desfiles aconteceram.








az: ainda dentro de todo esse contexto: backstage, correria, fotos, jobs. o que ser modelo conta sobre você?

bd: é muita responsabilidade de fazer um bom trabalho e de representar aquela marca. e eu procuro aprender com as pessoas, os lugares, as situações que a gente passa no dia a dia. e isso desenvolveu a minha maturidade em todos os sentidos.eu saí cedo, né? acabei o ensino médio e comecei a viajar. comecei em SP, fiquei 4 meses e já fui viajar, sozinha: sem saber quase nada. mas eu consegui me virar até.

az: o deslocamento sempre é um desafio. você troca o seu ciclo de amigos, fica distante da família e encontra novas dinâmicas de trabalho. me conta como é modelar e estar em um lugar diferente?

bd: bem, eu amo viajar. mas trabalhar e viajar é melhor ainda, né? como eu viajo sozinha, todas as vezes é um desafio. que eu preciso estar sempre atenta, o tempo todo. pesquisar pra onde que eu tô indo. ver que a comida é diferente. se tá fazendo frio, qual roupa eu vou levar, como eu vou me deslocar, como as pessoas trabalham nesse lugar e ainda tento manter uma rotina. que tá sempre mudando. mas é uma loucura boa. eu gosto.


az: sobre essas vivências em um novo lugar: onde você renova o seu olhar e se inspira? pessoas, instagram, música?

bd: ah, aqui em casa é música o dia todo. eu coloco a minha playlist aleatória: que vai de Cardi B até Alcione e sigo a vida. e também eu sou dessas que tira um tempo pra sentar num parque, tranquilo. pensar na minha vida. na minha família. nos meus planos.observo as pessoas e fico criando várias coisas na minha cabeça.e Instagram eu costumo usar pra mostrar meu trabalho e admirar o trabalho dos outros também. as pessoas que eu sigo. mas hoje tá trazendo muito mais informação, né? eu acho que isso é bom também.

az: e depois da Coreia > onde você quer estar?

bd: depois da Coreia eu quero estar vacinada <risos> com a minha família, numa praia. em Salvador, de preferência. e quero recarregar minhas energias pra viver novas aventuras, conhecer outros lugares e continuar trabalhando muito.












































Conheça mais sobre o trabalho de Bruna Di aqui.

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