ODD V: TENHO MIXED FEELINGS NA NOITE


Numa parceria Fort, ODD e Mirrorage, fomos até a festa ouvir e captar, entre a juventude clubber, um pouco de seus mixed feelings em viver o ambiente da noite.
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Texto Mirrorage
Fotografia Ariana Miliorini e Gustavo Jacques
Agradecimentos Fernanda Avelar, Davis, Vanessa












Criativos da música, performers, modelos, artistas, e-boys, e-girls, ativistas, influencers, aspirantes a artista, curiosos, festeiros. Vestidos em cuidadosa conexão com seus personagens reais, os diferentes perfis da geração criativa paulistana compartilham pelo menos um hábito em comum: se reúnem mensalmente em ambientes de construções desativadas, onde são realizadas as principais festas da cena noturna de São Paulo.

Vanguarda no movimento que deu a capital paulistana notoriedade no circuito mundial de música eletrônica, a ODD completa cinco anos de atividades na construção do que hoje é marca brasileira de nightlife criativo: a ocupação de espaços urbanos ociosos, ativismo, diversidade e performance.

























































“O processo criativo da noite começa antes dela, quando começamos a pensar em como vamos sair, no look, nas pessoas que vamos encontrar e nas sensações que vamos sentir nela. São inúmeras pessoas, de estilos diferentes, estéticas variadas. O processo de ser diferente na festa é valioso na noite. A liberdade canta, toda arte se une”.


Sim Shimanoe

“Me sinto extremamente acolhide. Mesmo com a diversidade de coletivos presentes, vejo amor em todos os grupos. Me sinto em casa nesses ambientes. São diversos artistas se apresentando, transmitindo vibes, e o público respondendo. Acho que isso é o que me encanta mais”.


Alan Gabriel

“A noite insere os jovens, desperta na gente interesse a mais de viver a cidade, a cena, curtir o que acontece no momento. Adoro essa interação. Acredito que estar na noite traz uma sensação libertadora por você estar lá livre de obrigações, apenas para viver a noite, fazer o que quiser”.


Gustav Jacques



“A noite é o nosso momento de fazer algo, ser visto e falar de uma forma diferente sobre sentimentos, medo, dor, estigma. É também sobre desconstruir e reconstruir estéticas, experimentar, soltar todo lixo mental, todas as emoções, fazer arte. A noite é como se fosse o palco, e nós, os atores. Só quem vive sabe a mágica das trocas”.


Cece Grace

“Passei um tempo no Brasil e fui a algumas festas, e, especialmente na ODD, senti que, ao chegar lá, pude sentir a música em todo meu corpo. Essa sensação coordenou os movimentos do meu corpo. Eu vou em festas para ficar no meu próprio mundo, e, as vezes, trazer pessoas para esse meu mundo, me divertindo com elas. Sou alemão, então meu amor pela música é natural. Adoro ver brasileiros ficando loucos como eu”.


Leon Clever


“Frequento festas desde os 17 anos, essas da cena eletrônica. Me fez descobrir uma grande paixão que é dançar. Só me sinto confortável nessas festas do circuito artístico. Estar em festas simboliza essa liberdade de conhecimento do corpo, seja pela dança, seja pelo ambiente ou só pela audição. Experiência sonora. Eu acho que as festas de rua são uma síntese do que pode ser um lazer democrático”.


Fernando Salada




















 







                    








                                                   








Não é de hoje que a capital paulistana atrai grande atenção no circuito de música eletrônica no mundo. O “boom” na cena clubber local se viabiliza, também, como importante vitrine para jovens criativos brasileiros. Talentos (produtores, djs e performers), até então, mais conhecidos entre os assíduos frequentadores da noite, avançam em direção a ampliação do alcance de suas criações, na busca por mais visibilidade no mercado artístico nacional.

Em novas perspectivas de inovação: o coletivo passa a representar artisticamente jovens artistas da cena local, no formato de selo musical. Desdobramento da sigla “ODD” - que significa ‘estranho’, em inglês - ODDiscos surge focado na disseminação das produções musicais e visuais vivenciadas na noite paulistana. “Trabalhamos para ver a ODDiscos bastante focada na música de pista, potencializando o que é vivenciado na nossa noite”, afirma Davis, produtor musical e Dj que integra o trio de idealizadores do coletivo, composto também pelos renomados produtores Pedro Zopelar e Marcio Vermelho.

Em “In Their Feelings”, segundo selo em construção pelo coletivo, a curadoria de jovens talentos prestigia sonoridades além das raves, absorvendo produções R&B, Funk, Trap, Bossa, House e Disco, etc. Artista imigrante afro-francês baseado em São Paulo, o influenciador digital, performer e cantor L'homme Statue (A.K.A Loic Koutana) figura entre as principais apostas do selo.



























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