



O que te levou a criar o RareBooksParis?
Quando eu comecei o RareBooksParis não havia um plano. Toda a minha carreira funcionou de uma maneira muito orgânica acompanhando as mudanças dos meus interesses. O RareBooksParis foi fundado enquanto eu trabalhava como designer para a Hermes e nasceu de um tipo de frustração. Nomeu trabalho como designer, a parte de pesquisa e pensamento conceitual haviam praticamente desaparecido, então o RareBooksParis começou como uma espécie de válvula de escape para expressaras imagens visuais que eu achava interessante. Logo em seguida as pessoas começaram a me perguntarse os livros estavam à venda e como eu era a única pessoa que estava fazendo uso dessas publicações que eu colecionei ao longo dos anos, eu disse sim e tudo começou aí.
Você adquiriu muitos livros que não eram considerados raros na época. Como você vê esses livros agora? Como você formou a sua coleção e quanto tempo levou?
Eu sempre me interessei por livros e também tinha olho para materiais interessantes. Eu coleciono livros desde sempre. Sem pensar muito, uma das primeiras coisas que fazia ao chegar a um novo país ou cidade era procurar as livrarias locais. Essa pesquisa obsessiva, de fato, me levou para lugares muito interessantes.
Quando eu comecei o RareBooksParis não havia um plano. Toda a minha carreira funcionou de uma maneira muito orgânica acompanhando as mudanças dos meus interesses. O RareBooksParis foi fundado enquanto eu trabalhava como designer para a Hermes e nasceu de um tipo de frustração. Nomeu trabalho como designer, a parte de pesquisa e pensamento conceitual haviam praticamente desaparecido, então o RareBooksParis começou como uma espécie de válvula de escape para expressaras imagens visuais que eu achava interessante. Logo em seguida as pessoas começaram a me perguntarse os livros estavam à venda e como eu era a única pessoa que estava fazendo uso dessas publicações que eu colecionei ao longo dos anos, eu disse sim e tudo começou aí.
Você adquiriu muitos livros que não eram considerados raros na época. Como você vê esses livros agora? Como você formou a sua coleção e quanto tempo levou?
Eu sempre me interessei por livros e também tinha olho para materiais interessantes. Eu coleciono livros desde sempre. Sem pensar muito, uma das primeiras coisas que fazia ao chegar a um novo país ou cidade era procurar as livrarias locais. Essa pesquisa obsessiva, de fato, me levou para lugares muito interessantes.
Eu diria que eu coleciono seriamente há pelo menos vinte anos. Os critérios que eu tenho são muito instintivos e eu suponho que realmente venha da perspectiva de um designer. É difícil deixarisso de lado quando você pesquisa dessa maneira há 25 anos, mas com o tempo meus interesses se ampliaram para arquitetura, arte contemporânea e muitos outros campos, então eu estou sempre aprendendo enquanto pesquiso. Alguns livros da minha coleção realmente se tornaram caros, outros não, mas não é assim que eu dou valor a essas publicações. Eu tenho a minha própria visão, que sebaseia puramente no conteúdo ou nível de inspiração que está dentro das imagens.
Você mencionou que a melhor parte do trabalho no RareBooksParis é viajar e procurar livros. Qual é o melhor lugar?
O melhor lugar é onde você nunca esteve... Nada se compara à descoberta de um novo lugar. É como um vício porque é incrivelmente emocionante viajar para novos lugares sem saber se você vai encontrar tesouros ou se desapontar. Em francês existe a palavra flâneur, que significa literalmente: um homem que perambula observando a sociedade. Eu nunca gosto de me preparar com antecedência. Muito vem de conversas. Se eu estou em uma galeria e vejo alguma coisa interessante eu simplesmente pergunto, onde você compra os seus livros? As pessoas tem sido incrivelmente generosas com as informações ao longo desses anos.








Desapê é um projeto radicado em São Paulo criado pela ex-colecionadora Rita Mourão. Ela vende a sua coleção de arte (incluindo publicações de artistas e material de pesquisa) em um apartamento noCopan. Rita diz que é um “processo de descoleção”, o que me faz pensar no RareBooksParis. Como você lida com o sentimento de “deixar o livro ir”? É difícil vender livros que você se apegou?
De forma alguma. É interessante porque é uma pergunta que me fazem muitas vezes, mas não tenho nenhum problema com isso. Eu acredito na circulação de objetos culturais. Também acho que se você perguntar a qualquer colecionador, seja de arte ou de moda, eles dirão que a parte emocionante vem da busca, uma vez que você possui o objeto, a emoção desaparece.
Levando em consideração que você gosta de compartilhar conhecimento, assim como de venderlivros para quem possa precisar deles (como uma ferramenta de trabalho, por exemplo), você já pensou em ter um espaço de pesquisa onde as pessoas pudessem ter acesso às publicações? E participar de exposições?
É engraçado que você pergunte isso, porque recentemente estivemos em discussões para abrir um espaço assim - uma espécie de biblioteca privatizada onde os criativos podem vir e fazer suas pesquisas. Provavelmente 75% da nossa clientela são designers, fotógrafos, estilistas, diretores artísticos, você sabe, pessoas que trabalham neste meio criativo, então provavelmente faz sentido. O único problema é que obviamente só serviria às pessoas em Paris, o que seria uma pena para as pessoas de outras partes do mundo. Isso é o que é ótimo em vender online, você tem um alcance muito mais amplo. No que diz respeito às exposições, sim, participamos de algumas em Atenas, na Suíça, aqui na França. É sempre um prazer poder compartilhar publicações neste contexto.
Você se considera um book dealer ?
Hmmmm, eu não sei o que eu me considero. Eu não gosto muito de rótulos.Tecnicamente eu sou um fashion designer que vende livros, o que isso me faz?
Em uma viagem rápida ao Rio de Janeiro você entrou em contato por acaso com o cinema brasileiro pela primeira vez. Você pode me contar sobre as suas primeiras impressões? Os filmes te inspiraram de alguma maneira?
Sim, eu me lembro muito bem. Eu estava em uma loja atrás de Ipanema que vendia filmes antigos e eu descobri um filme muito fascinante, as cores, o elenco, os figurinos, foi muito inspirador. Eu acabei dando de presente pro Martin (Margiela), pra quem eu trabalhava na época, e ele também amou o filme.
De forma alguma. É interessante porque é uma pergunta que me fazem muitas vezes, mas não tenho nenhum problema com isso. Eu acredito na circulação de objetos culturais. Também acho que se você perguntar a qualquer colecionador, seja de arte ou de moda, eles dirão que a parte emocionante vem da busca, uma vez que você possui o objeto, a emoção desaparece.
Levando em consideração que você gosta de compartilhar conhecimento, assim como de venderlivros para quem possa precisar deles (como uma ferramenta de trabalho, por exemplo), você já pensou em ter um espaço de pesquisa onde as pessoas pudessem ter acesso às publicações? E participar de exposições?
É engraçado que você pergunte isso, porque recentemente estivemos em discussões para abrir um espaço assim - uma espécie de biblioteca privatizada onde os criativos podem vir e fazer suas pesquisas. Provavelmente 75% da nossa clientela são designers, fotógrafos, estilistas, diretores artísticos, você sabe, pessoas que trabalham neste meio criativo, então provavelmente faz sentido. O único problema é que obviamente só serviria às pessoas em Paris, o que seria uma pena para as pessoas de outras partes do mundo. Isso é o que é ótimo em vender online, você tem um alcance muito mais amplo. No que diz respeito às exposições, sim, participamos de algumas em Atenas, na Suíça, aqui na França. É sempre um prazer poder compartilhar publicações neste contexto.
Você se considera um book dealer ?
Hmmmm, eu não sei o que eu me considero. Eu não gosto muito de rótulos.Tecnicamente eu sou um fashion designer que vende livros, o que isso me faz?
Em uma viagem rápida ao Rio de Janeiro você entrou em contato por acaso com o cinema brasileiro pela primeira vez. Você pode me contar sobre as suas primeiras impressões? Os filmes te inspiraram de alguma maneira?
Sim, eu me lembro muito bem. Eu estava em uma loja atrás de Ipanema que vendia filmes antigos e eu descobri um filme muito fascinante, as cores, o elenco, os figurinos, foi muito inspirador. Eu acabei dando de presente pro Martin (Margiela), pra quem eu trabalhava na época, e ele também amou o filme.
O período de quarentena mudou a sua relação com a sua biblioteca e arquivo?
Obviamente eu parei de viajar temporariamente, como consequência eu tenho passado mais tempo em casa, mas isso me deu a oportunidade de mergulhar fundo nas coisas que eu tenho ou talvez tenha ignorado no passado, aprofundar meu conhecimento e pensar sobre planos para o futuro.
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Obviamente eu parei de viajar temporariamente, como consequência eu tenho passado mais tempo em casa, mas isso me deu a oportunidade de mergulhar fundo nas coisas que eu tenho ou talvez tenha ignorado no passado, aprofundar meu conhecimento e pensar sobre planos para o futuro.


Claro, são uma série de imagens retiradas de 4 livros diferentes. Um é da Camille Vivier, que é uma fotógrafa radicada aqui em Paris. Eu sempre amei o trabalho dela por causa do aspecto surrealista.
Ela mora perto de mim, então estamos sempre compartilhando informações sobre coisas que vimos quenos inspiram. O outro livro é o “Showcaller” da Talia Chetrit e também tem a publicação “It’s Alive” da Estelle Hanania. Também tem alguns Walter Pfeiffer na seleção. Para além disso, eu vou deixar os leitores decidirem, porque para mim as imagens falam por elas mesmas.
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