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Batidas sujas, carão, roupa com cheiro de cigarro, sintetizador Korg Microkorg e músicas sobre noites em claro em festas. Provavelmente você já viveu isso e vai reviver tudo de novo nos próximos meses. Pois essa é a receita do Indie Sleaze, que voltou repaginado por uma nova geração de artistas cronicamente online e vem dominando o ano de 2024 na música, na moda e em qualquer rede social movida por foto ou vídeo - a própria página @indiesleaze no Instagram vem ganhando mais fãs a cada dia.
Após a indústria saturar a estética Y2K, a estética com flash saturado em House Parties criada por Cobra Snake chegou para roubar a cena (mais uma vez). Esse movimento é impulsionado pelo hedonismo e conhecido por criar imagens, músicas e moda com um aspecto DIY (do it yourself) com (supostamente) pouca grana e muita ambição. Foi nessa época que nomes como Cansei de Ser Sexy, Thiago Pethit, Azealia Banks, LCD Soundsystem, Sky Ferreira e Metronomy surgiram.
Atualmente, as músicas continuam com letras fúteis sobre inveja, drogas e baladas, dessa vez protagonizada por Charli xcx, The Dare e Fcukers. Em 2011, as pessoas dançavam nessa vibe “party all the time” e consumiam esse modo de vida porque saímos de uma crise econômica gigante. Agora, a música é refúgio de uma crise política e climática sem previsão de um final. Dance until the world ends.
Na moda, muitas estampas com estampas. Tá liberado zebra com florido, meia calça colorida com blusas brilhantes e chapéu grande com óculos extravagantes. Cara de blasé e poses exageradas voltam a aparecer nas redes sociais para mostrar a influência do hedonismo nesse movimento cultural. É como viver um episódio de Skins todo final de semana dentro de uma página do Tumblr.
No nosso shooting, trouxemos no styling uma mistura do que era ser indie pra nós em 2013/2014 e o que é ser em 2024, de uma forma a olhar pra cena no Brasil também. Bolsa pra copo Stanley e caixa de som, óculos de sol que de tão grande tapam todo o rosto misturados com os Oakleys que vemos na rua diariamente. Estampas, texturas, sobreposições e cores: um blend de quem fomos e quem queremos ser.
